4.5.07

À entrada do Juventude - Beja receba o "Diário do Sul" com entrevista ao Presidente do Clube

Confira a entrevista de Amadeu Martinho ao Diário do Sul
Juventude vai lutar até ao fim pela subida de divisão
por: Mário Simões jornalista

O Juventude de Évora está a viver momentos de grande expectativa. Em termos desportivos o clube está , digamos dois passos de ascender à segunda divisão B. No que diz respeito ao projecto de melhoria do seu parque desportivo que lhe permita dar melhores condições aos seus atletas e associados e dar rentabilidade ao clube, tudo se conjuga para que ainda este ano as obras se possam iniciar.
Amadeu Martinho, é um Presidente experiente, cauteloso e consciente de que as vitórias só se conseguem no fim dos jogos, tem ideias claras sobre o futuro do seu clube do futebol em Évora e mesmo do futebol a nível nacional. Espera que o Juventude ganhe hoje ao Desportivo de Beja, porque tem confiança nos jogadores e equipa técnica.
Diário do Sul – A duas jornadas do fim que balanço faz da temporada 2006/2007?
Amadeu Martinho – Em termos desportivos o Juventude está a fazer uma época bastante boa eventualmente um pouco acima do que inicialmente prevíamos, pois no inicio não contávamos estar no lugar onde estamos actualmente, pese embora o Juventude quando entra em qualquer competição seja para ganhar. Contudo uma vezes as coisas não correm como desejamos e não se consegue lá chegar, desta vez embora a meta não fosse a subida de divisão, e ainda não a atingimos minimamente, mas já que estamos aqui vamos lutar por ela.
DS – Faltam dois jogos em casa!
AM – Sim e no máximo fazem-nos falta seis pontos, no entanto eventualmente três podem chegar e hoje se ganharmos ao Desportivo de Beja e o Amora e o Silves empatarem, já podemos fazer a festa, mas vamos com calma.
DS- Subir de divisão implica mais despesas?
AM – O Juventude entende que uma subida de divisão implica necessariamente umas quantas despesas e uma melhoria inclusive no nosso parque desportivo. Nós no Juventude andamos há quatro anos a tentar que as melhorias no nosso parque desportivo aconteçam.
DS- o que tem faltado para a concretização do projecto?
AM – Não tem sido possível concretizar o projecto por um único motivo, o do actual PDM. Não existe forma de dar a volta a esta situação por forma que isso possibilite que o Juventude tenha não só um melhor parque desportivo, posso dar melhores condições aos atletas e aos espectadores e possa igualmente ter uma rentabilidade de forma a podermos encarar as despesas da segunda divisão de uma forma mais tranquila.
DS – Em que pé está o projecto do Juventude?
AM – Estamos a aguardar que com o novo PDM as coisas se possam resolver. Mas, ao que julgo saber mesmo com o actual PDM e com o actual PU (Plano de Urbanização) é possível avançarmos isto se houver uma proposta nesse sentido. Em reunião que tivemos com o Director do Departamento de Ordenamento Gestão do Território da Câmara Municipal de Évora, foi-nos prometido que ele próprio iria apresentar aos eleitos da Câmara uma solução enquadrada dentro do actual PU de forma que possibilitasse a que o Juventude fizesse aquilo que pretende.
DS – uma conjugação de esforços pode dar frutos?
AM – Claro, o Juventude tem o terreno mas não tem dinheiro para fazer a obra, a autarquia não tem possibilidade, nem penso que seja justo ser a Câmara a fazer uma obra para o Juventude, não seria correcto pensarmos dessa maneira. O que nós pensamos é fazer a obra sem despesas para a edilidade e com benefícios para o Juventude.
DS – o futuro do Juventude depende do projecto?
AM – Sim , e acredito que o projecto vai avançar, porque confio na palavra das pessoas, aliás o Presidente da Câmara de Évora manifestou uma grande disponibilidade em estar sempre ao lado daquilo que for possível para ajudar o Juventude.
Nós também não queremos que a CME vá contra qualquer coisa que não seja possível fazer dentro da lei. Agora, sabemos que há dentro da actual lei mecanismos que podem fazer com que cheguemos a consensos, para fazermos aquilo que pretendemos fazer.
Se assim não acontecer devo dizer que comigo em Presidente ou com outro presidente qualquer o clube não tem qualquer viabilidade.
DS- com todas as dificuldades o Juventude continua um clube ecléctico?
AM – O Juventude não é uma agremiação para ter lucro, é uma agremiação de utilidade pública. Nós muitas vezes substituimo-nos a quem tem o direito de o fazer para melhorar a qualidade de vida dos jovens.
Temos aqui centenas de jovens e não só a praticar desporto, se não estivessem aqui provavelmente estariam a percorrer outros caminhos menos aconselháveis. Funcionamos como uma medida preventiva para os males da sociedade e é nesse sentido que queremos ser vistos pelas entidades competentes. O Juventude não é só um clube de futebol, é um clube que tem dois pavilhões onde se praticam variadíssimas modalidades é um clube que está aberto a todas as entidades que constantemente pedem as nossas instalações, muitas vezes graciosamente, e que nós sempre cedemos por isso temos legitimidade de exigir aos responsáveis respostas mais positivas para que haja menos entraves para aquilo que queremos fazer.
DS – Quanto tempo leva a que o projecto produza receitas?
AM – Quando a ideia surgiu há quatro anos, este seria o tempo ideal, como passaram quatro anos e estamos a dar agora o primeiro passo de gigante no sentido da concretização do projecto, penso que vamos agora mais dois ou três anos à espera, serão mais dois ou três anos de sacrifício de toda a ordem, mas agora temos uma perspectiva e é essa perspectiva que fará com que os dirigentes e sócios do Juventude se sacrifiquem mais um pouco, porque sabemos que algo de bom vai acontecer .
DS – Que medidas tiveram de ser tomadas para não hipotecar o futuro?
AM – Para manter o estado actual do Juventude foi necessário por exemplo acabar com secções como o basquetebol e o andebol...mas teve de ser, porque as despesas eram muitas e o Juventude não podia suportar. Espero que até à concretização do projecto não tenhamos de acabar com outras modalidades, penso que não o vamos fazer, penso que com mais ou menos sacrifício vamos mantê-las. Mas, aqui não há soluções milagrosas, hoje há uma realidade o Juventude tem um projecto devidamente calculado e vai ser concretizado.
DS – Em termos do património do clube também há que tomar decisões difíceis?
AM – O Juventude não fez negócio nenhum, tem tudo o que é seu, tem uma infra-estrutura desportiva porventura já obsoleta e que tem necessidade de ser alterada, mas o Juventude não fez qualquer negócio e quando o fizer é com a autorização dos seus associados e com a depois consciência plena de que é um bom investimento para o clube.
DS- Como estão as finanças do clube?
AM – O Juventude neste momento tem obviamente dificuldades, mas tem uma situação financeira razoável. Conto quando acabar o meu mandato ter as dividas às entidades oficiais regularizadas.
O Juventude ficará a dever dinheiro a alguns sócios e alguns fornecedores, que no entanto não são montantes assustadores. Em relação ao que o Juventude devia há quatro anos hoje é uma brincadeira. Os credores do Juventude são sócios e acredito que eles não estão à espera de uma ou outra possibilidade para tirarem dividendos. Os sócio e amigos do Juventude demonstram diariamente que servem o clube e não se servem deles, por isso contamos com eles para levar esta nau a bom porto.
DS – Uma equipa para subir fica cara?
AM – A equipa sénior do Juventude deste ano custa cerca de 50 por cento menos do que uma que há quatro anos esteve para descer de divisão.
Na esmagadora maioria dos jogos quando se olha para o plantel actual do clube quando se olha para o banco de suplentes o que se vê? Dois miúdos que ainda são juniores, por vezes jogam Sábado e Domingo estão no banco, e temos mais três que eram juniores e não estão mais porque dois optaram por enquanto e a meu ver bem pelos estudos.
DS- O Juventude acertou em cheio nas contratações?
AM – Um clube como o Juventude não pode falhar nas contratações, nós temos tido alguma felicidade nesse aspecto, mas não é só sorte. Nós trabalhamos pouco com empresários e mesmo esses são mais amigos do que empresários. Quando lhe dizemos que precisamos de um jogador com determinadas características, eles dão-nos alguns nomes e nós vamos ver, saber quem são e depois escolhemos. Acho que tem residido aí o êxito das contratações, pois com custo que podemos suportar temos tido equipas razoáveis, em quatro anos estivemos dois a lutar pela subida e o ano passado também estivemos quase a metermos na luta pelos primeiros lugares.
DS- É bom para a cidade ter um clube a disputar os primeiros lugares?
AM – Para Évora é melhor ter uma equipa que luta pela subida de que ter uma equipa que luta para não descer, isso não há qualquer duvida.
DS- Para quando vamos ter Évora na luta pela primeira liga?
AM – No momento actual, nenhum clube da cidade de Évora tem hipótese de chegar á 1ª Liga. Se algum dirigente pensar nisso é pura loucura. Aliás estou convencido que o modelo dos campeonatos nacionais têm de ser alterados, não se justifica a existência de uma divisão de honra é um descalabro total e se em termos desportivos o êxito é relativo em termos financeiros é uma catástrofe.
O futuro tem de passar pela existência de uma segunda divisão como era antigamente com os clubes a subirem directamente para a primeira, é a forma das equipas do interior do país poderem aspirar a subirem ao escalão maior, mesmo que depois desçam, doutra forma será impossível.
DS- Se mudar o figurino das provas Évora tem hipótese de chegar à primeira divisão?
AM – Se o Juventude tiver os pés bem assentes no chão, se conseguir fazer o que pretende, se houver reformulação dos campeonatos, se a cidade quiser e as entidades oficiais ajudarem então o Juventude chega á 1ª divisão como aliás esteve quase a acontecer nos finais dos anos setenta princípios dos anos oitenta.
DS- Estamos em maré de optimismo, quando prevê que as obras do novo parque desportivo do Juventude comecem?
AM – Como sinto a total colaboração da autarquia estou optimista e penso que vamos começar as obras ainda este ano.
DS- Hoje é dia de derby, com o Desportivo de Beja, uma vitoria pode até dar a subida. Está optimista?
AM – O Desportivo de Beja está perfeitamente ao nosso alcance, confio em absoluto nos atletas que compõem o plantel, na equipa técnica que é extraordinária e não vou pedir aos associados que apoiem a equipa porque sei que ele o vão fazer.O que peço é outra coisa. Se as coisas não nos correrem bem inicialmente não se esqueçam que o que por vezes começa mal acaba bem e vice versa, por isso peço para confiarem para transmitirem aos jogadores confiança e podem ter a certeza que tanto a direcção como a equipa técnica como os jogadores tudo farão para que o Juventude ganhe ao Desportivo de Beja, que é uma boa equipa e que não vai facilitar, mas nós já que chegámos até aqui vamos lutar até ao fim para subir de divisão.

2 comentários:

Anónimo disse...

bla, bla, blahhhhh

Anónimo disse...

Deves ter feito mais.deves é seres formado em"MAL DIZER".Vai mas é lavar a lingua e respeita alguém que já fez muito mais pelo Clube que tu farás no resto da tua vida.