17.9.14

El Tigre de Évora"


O Desportivo Grandolense foi fazer um jogo particular a Ermidas Gare uma Localidade vizinha,  não tendo comparecido o Guarda Redes titular, pelo que teve que ser escolhido um substituto e em tão boa hora a escolha recaiu em Dinis Vital.A sua actividade futebolística começou na Época de 1946, quando com 14 anos de idade fez parte de uma Equipa do Grupo Desportivo Grandolense alinhando na posição de médio e interior direito, o que hoje se designa por médio ofensivo.
Passou posteriormente para a posição de Guarda-Redes, por contingências e vicissitudes de que o próprio futebol é fértil.
Contudo tendo tido na sua vida muitos êxitos, não é menos verdade que tal só foi possível com  muito trabalho e sacrifícios, a que não faltaram
algumas contrariedades, começando desde logo quando devido às suas excelentes qualidades futebolísticas e, a idade não permitir a sua inscrição, ter sido inscrito com o nome de outro jogador sem ser do seu conhecimento e consentimento.
Apesar disso quando a situação foi descoberta sofreu o competente castigo, só não sendo a pena mais gravosa, pelo facto de ter alinhado apenas num encontro e pelas atenuantes atrás referidas.
Depois de cumprido o castigo rDinis Martins Vital "El Tigre de Évora" como foi apelidado em 29 de Junho de 1957 por uma importante Revista Desportiva, nasceu a 2 de Julho de 1932 na Vila Alentejana de Grândola.
Por muito que se augure de melhor a qualquer criança, jamais os seus ascendentes e conterrâneos pensavam que naquele dia tinha nascido na Vila Morena um dos melhores jogadores do Futebol Português.
umou para Évora ingressando no Lusitano Ginásio Clube na Época de 1951/52 , sagrando-se Campeão Nacional da II Divisão, com consequente subida à 1ª. Divisão Nacional.
Com a camisola do Lusitano efectuou a sua estreia em jogo de reservas contra o rival Juventude no Campo Sanches de Miranda, por curiosidade o Clube onde viria a iniciar a sua interessante e brilhante carreira como Treinador.
Subiu à Categoria Principal a meio da Época, substituindo o então titular Manuel Martelo, sendo a partir daí o Dono e Senhor das Redes Lusitanistas até se transferir para o Vitória Futebol Clube de Setúbal na Época de 1966/67.
Conseguiu com a camisola do Vitória grandes exibições e conquistou variadíssimos troféus, entre os quais uma Taça de Portugal quando os Setubalenses venceram no Estádio Nacional no dia 9 de Junho de 1967 a Associação Académica de Coimbra por 3-2, com golos de Guerreiro, José Maria e Jacinto João para o Vitória, tendo Celestino e Ernesto marcado para a Académica.
Num jogo disputadíssimo o vencedor só foi encontrado após dois prolongamentos quando aos 144 minutos Jacinto João marcou o 3º. golo dos Sadinos.
Defendeu as cores do Desportivo Grandolense, Lusitano e Vitória de Setúbal como jogador e, as do Juventude e Grupo União Sport de Montemor-o-Novo como Treinador/Jogador.
Por sua vez como Treinador Principal orientou Juventude, Grupo União Sport, Farense, Ginásio de Alcobaça, Lusitano e Calipolense e, como adjunto e treinador de Guarda-redes o Vitória de Setúbal.
Durante a sua carreira defendeu as Camisolas de todos os Clubes que representou com a mesma dignidade e honestidade, quaisquer que fossem as situações, bem como o Escalão em que actuavam.
Passaram os anos mas continua a ser igual a si próprio e Figura da Cidade de Évora, Aquele que foi Internacional A , B e Militar, não tendo sido mais vezes pelos motivos conhecidos na Época, nomeadamente pelo facto de não pertencer aos  chamados clubes grandes do Futebol Português.
Pela  Selecção Militar foi Campeão do Mundo , quando as Selecções eram constituídas na maioria dos casos pelos melhores Jogadores, em virtude dos mesmos permanecerem vários anos no Serviço Militar, mesmo os que não eram Militares de Carreira.
Por tudo o que foi, o que fez e, o que poderia ter sido pelas suas qualidades naturais e valentia aliadas a um espírito de sacrifício demonstrado nas mais diversas circunstâncias, actuando muitas vezes lesionado desde jogar com costelas partidas, malar e  nariz com fracturas, terminamos felicitando-o pela sua brilhante carreira, dizendo que somos dos que defendemos que tem muitas vezes mais valor merecer as honras e não as ter, do que tê-las e não as merecer, no bom sentido das palavras.


ARMANDO RIBEIRO

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